Pular para o conteúdo principal

Destaques

Colina das Pinhas

       Longe dos mares e das planícies, cercada de pinhas e pinheiros, vivia uma raposa. Com seu singelo olhar ao topo da colina., Porque pinhas não são nada e nunca coube razão a dizer ao contrário.      As pinhas são malditas! Sangram e me fazem sangrara todo momento e nem servem para falar um único "A". Contudo, nem o eco respondeu, não tinha voz a gritar e nem amigo para bajular sua incessante teimosia, apenas a colina respondia a sua algoz.       Existia lá, todo dia e toda noite, uma coreografia de como tudo tinha que ser. Fontes e música, sorrisos e família, tudo que a raposa queria, e nem o prazer de sonhar apenas de noite permitiria-se a ter, porque lá é onde a normalidade grita na paisagem oblíqua demais para sua forma.      Mas, como há de ser esperado, ela já tentou subir a colina, tentou alcançar as vozes que subiam de cima que estragavam todo romance que incluía ela, porque nem se quer tinha coragem de i...

A ausência de quem nunca esteve na minha vida

     Já teve momentos em que você era a maior pessoa do mundo, o quem todo mundo ama, que não tem absolutamente nada que você possa pensar como problema, para apenas cair para perceber a realidade? Eu com certeza estou me repetindo, eu sei que já escrevi sobre isso antes, mas mesmo quando acontece é sempre doloroso.

    Quando acontecem muitas coisas "boas" progressivamente nós sempre pensamos que estamos indo a uma vida sem problemas,  pois nós achamos que apenas por um único abraço que nossos pais nos amam, que por ele te mandar um emoji de coração que ela(e) vai se importar com você chorando a frente dela, são confianças que criamos porque nós queríamos que tivéssemos, que mesmo percebendo antes que elas nunca deviam existir, ainda repetimos o erro de confiança por puro sentimento, puro amor, pura carência.

    Fiz muitas coisas que eu genuinamente muito boas, fui ser alguém que ajudou pessoas, recebi inúmeros elogios por textos meus, elogios sinceros todos? Obviamente que não, mas sinto que muitos foram, apresentei na minha escola um texto que me senti orgulhoso de apresentar (por mais que de 500 alunos 15 devem ter dado bola ao texto), e senti que tinha vencido problemas familiares, senti que tinha tudo na mão e mais um pouco. Mas a realidade sempre dá um tapa na cara, e nesse caso um murro, para te acordar de volta do seu sonho.

    Não ser amado por alguém em um relacionamento é algo que quebra muita gente, mas não ser amado por ninguém em uma família, ser o orgulho da mãe literalmente para todo mundo menos para o próprio filho, fingir estar falando de outra criança enquanto está falando do filho para "desabafar" sobre ele, de como que a maior prova de ela ser amada é por moradia e comida. Isso dói e dói pra caralho, o amor estar mais em mensagem do que em pessoal doí para um caralho.

    De não ter o mínimo de reconhecimento por o que eu fiz, de uma medalha por exemplarismo acadêmico até textos que eu sinto muito orgulho de fazer, apenas com um "ah que legal" e nada mais, ser completamente abandonado por tudo e todos por muito tempo da minha vida, que chegou ao ponto de amigos completamente escrotos durante muito tempo foram o suficiente para saciar parte de minha carência e criar mais afeição que qualquer um da minha família.

    Quando o namorado da minha mãe tem mais orgulho e vontade de ajudar em um projeto meu do que a porra da minha mãe me doí, e ter que viver pelo menos 368 dias, alguém que diretamente disse ter ligado mais a minhas irmãs durante a infância, alguém que ao ver o filho dela o xingando gritando, absolutamente triste com ela não demonstrar nada, felicidade, raiva, tristeza, dó, amor, absolutamente nada.

    Eu não queria que fosse um desabafo, eu queria escrever algo mais subjetivo e não simplesmente deprimente, mas escrevo o que vivo e o que apenas me passa na minha mente por enquanto é isso. Sei que não devia pedir perdão por isso, mas sempre tem uma parte de mim que acha que devo, mas hoje eu não peço perdão, pelo menos hoje não.

Postagens mais visitadas