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Destaques

Mini Ensaio sobre originalidade e clichê

       O que ousa ser um texto se não uma captura de emoções e pensamentos moldados e corrompidos pela letra? É bem superficialmente banal falar do que parece ser algo inovador do pensamento pra sempre cair  tão  clichê, mas nem todo clichê nasce do mesmo berço.      Simplicidade também é profunda, e toda repetição tem suas diferenças mesmo sendo cópias, pois apenas são cópias porque desconsideramos até certo ponto suas diferenças para determiná-las como cópias de outras, porque sempre é o desejo que dita as maquinas, não é?       Matar a tentativa por rimar com o antigo é como dizer que a história sempre se reflete. Mata qualquer tentativa de abstração que leva a interação de eu e tu como humanos à morte prematura do mais provável, do "se parece, logo é": respiro como tu logo sou tu, respirei como tu então respirarei como tu.      Demandar o bom do pensamento é afirmar que ele nunca pode ser bom. Eu gosto b...

Dedos em uma poça de rancor

     Uma das ideias que são (ou pelo menos deveria ser) universais é de como o nazismo foi o pior experimento que tivemos como espécie, pelo menos em história recente. Mas pouco é fácil saberem de como muitas das ideias do nazismo não foram originarias do mesmo, campos de concentrações foram usados décadas antes da ideia de nazismo sequer existir (embora os campos de extermínios foram de fato criação nazista), racismo, xenofobia, até antissemitismo, um dos motivos de ter tido o famigerado "appeasement", pois não era uma ideia fora de mundo, mas muito pelo contrário bem dentro desse mundo fajuto.

    Pois ao desumanizarmos Hitler nós estamos dizendo que é algo "extraordinário" e que nunca vai acontecer novamente, que todas as ideias do nazismo se foram e nunca mais voltaram, mas sim, muita das ideias praticadas pelo nazismo estão a ganhar palco recentemente, mas não ideias do nazismo.

    Não são novos Hitlers ou Goebbels que estão surgindo, mas sim novos Mussolinis, novos Pétains, novos Stalins, e em realidade não são novos, porque não tem como ser novo se nunca sumiu. Mas apenas quando chega em território em que te impacta que realmente se considera. Quando um bebe ucraniano é sequestrado ficamos de luto por 2 meses porque é em "um canto de fim de mundo da Europa" e "é contra o imperialismo americano", mas essas mesmas pessoas dão muita mais bola para quererem marchar a favor de bandeiras verdes e brancas por dois lados completamente escrotos

    Não que sofrimento de um invalide o de outro obviamente, mas o motivo de validarmos o sofrimento de um a nível internacional e ignorarmos o do outro em magnitude MUITO MAIORES pelo simples fato de encaixar em uma narrativa melhor? Porque é contra quem já não gostamos e apoia quem amamos? Se é do suposto outro lado pode queimar e fica tudo bem?

    Posso não gostar da pessoa, completamente abominar ela, mas criar completa necessidade de desejar desgraça a ela? Até mesmo a morte? Uma pura hipocrisia a qualquer tipo de movimento contra algum preconceito. O que você acha que uma pessoa que perdeu a família  inteira ganhou com Hitler morrendo? Os pais de volta? Irmãos e irmãs? filhos e filhas? Não, apenas mais um cadáver nessa porra de mundo e mais uma relembrança do que ela não tem mais. Mas esse não é o pior possível.

    O pior possível e vermos o sofrimento de pessoas inocentes ou não como um joguinho de mesa, como se elas beneficiassem a nós, a nossa causa, duvido muito de supostos politizados e "militantes" quererem ir morrer pelo pais deles. Não vanglorio a guerra ou militarismo em geral, mas tenho o mínimo de dignidade a respeitar pessoas que independente da causa que elas apoiam, fascismo ou democracia, racismo ou equidade, arriscarem suas vidas a querer apoiar algo que muitos acham que fazem. 

    Não me vejo indo a luta armada mas não me vejo como um lutador de uma causa como muitos acham que são. Sou apenas mais um escrevendo o pouco que sabe sobre o mundo, mas diferente de muitos reconheço que tudo que sei é que nada sei.

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