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Destaques

Todas as aventuras tem seus pontos finais

     Eu sigo ferventemente a filosofia de que é melhor acabar numa nota alta (ou high note) do que continuar e decaindo e deteriorando cada vez mais fora da sua origem em busca de continuar algo que cada vez mais se torna melhor na memória do que na realidade.  Salva os momentos bons com um fim mais doce, muita coisa muda desde lá quando começa, e acaba sendo uma decisão mais honesta do que continuar algo sem vontade, e tudo bem, saca?     Se isso aqui, essas aventuras, não serviu o propósito de documentar e registrar o que passo e passei, o que penso e pensava, não sei o que mais pode servir. Não me acho necessariamente iludido com escrita em geral, mas especificamente com isso,  mais idealístico do que necessariamente racional, mais perguntas e respostas e menos preocupações no que realmente é, em resumo, adolescência, mas não só.     Fim de 2023 e todo o ano de 2024 foram anos que além de minha vida não acabar, ela mudou muito drasticament...

Corrida e Morte

     Uma das coisas que eu gosto muito de fazer quando volto da escola é correr, e não uma de fato corrida que alguém faz por horas. Controlada, sensata e equilibrada, mas sim a corrida que eu faria no esconde-esconde a 10 anos atrás, como se o amanha nunca viesse e a adrenalina alimenta o urge, tempo passa.

    Além do mais lógico de se exercitar, também tem outro fator que para mim é bem mais importante, porque eu ainda posso. É fácil pegar o que temos hoje em dia e ficarmos contentes como sempre vai estar lá, eu durante a pandemia e até mesmo antes me reclui das brincadeiras que uma criança de condomínio geralmente tem, certamente teve um literal peso.

    80 quilos foi o pico, nada a tamanho de obesidade, mas certamente tinha gordura em excesso, ou tirando o eufemismo, eu estava gordo. Foi com academia ao ar livre que consegui perder até 65 quilos, e fico ao redor de 65-67. Sou longe de ser alguém musculoso, mas diria estar em forma ok, e por mais de ter formas de retardar o envelhecimento, uma bengala ou pelo menos uma energia menor é inevitável, e que bom que seja.

    É fácil procrastinar uma tarefa porque sempre tem o amanha, e eu vejo assim com a vida. Seria fácil falar de que na próxima vida eu não fumo, próxima vida me retiro de todos os vícios, toda vida eu me torno alguém melhor; ser alguém novo impune de todo mal. E você pode acreditar nisso, e não tenho nada a te julgar, mas para mim a beleza da vida é que ela é única.

    O seu rim é único, seus olhos sempre serão da cor que eles vieram, e o mais importante, o que veio não volta. meus 17 anos certamente está sendo a transição que veio desde os 16 de uma competência um pouco mais próxima de um adulto. Horários começaram a formar na minha cabeça, no meu jeito. Responsabilidades finalmente doem em mim não fazer, pelo menos algumas delas.

    E pensar que a infância que eu tive ou não tive, a sensação de viver num mundo cheio de interrogações que são incríveis de responder, da sensação de finalmente entender a como escrever, a de aprender o básico de programação, tudo isso é único e também já foi, guardado em uma mente ou em uma câmera, ambas com data de validade.

    E assim validando a importância de se importar de como ações afetam o futuro, por mais que o que existe é o agora, o futuro vai, ou pelo menos deveria, existir. E o eterno balanço entre viver no presente ou planejar o futuro é um inerentemente inconcebível de responder. Como você vai saber planejar algo que não existe? mas que ainda sim é importante?

    Filosofias são o que alguns agarram para responder isso, mesmo de forma não intencional, teologia também é uma opção igualmente válida e igualmente duvidosa. E eu vejo essa dicotomia simplesmente como:

Não me mata, não me cicatriza, então petisco.

    E assim eu corro como se não houvesse amanha, parecendo um doido, fugitivo da policia ou charmoso, sou feliz igual. E não machuco ninguém, muito menos a mim, então não vejo porque me conformar a chatíssima andada apressada comum nas ruas de São Paulo, ainda não tenho que me preocupar com o depois, por enquanto o que existe é apenas o agora.

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