Pular para o conteúdo principal

Destaques

Colina das Pinhas

       Longe dos mares e das planícies, cercada de pinhas e pinheiros, vivia uma raposa. Com seu singelo olhar ao topo da colina., Porque pinhas não são nada e nunca coube razão a dizer ao contrário.      As pinhas são malditas! Sangram e me fazem sangrara todo momento e nem servem para falar um único "A". Contudo, nem o eco respondeu, não tinha voz a gritar e nem amigo para bajular sua incessante teimosia, apenas a colina respondia a sua algoz.       Existia lá, todo dia e toda noite, uma coreografia de como tudo tinha que ser. Fontes e música, sorrisos e família, tudo que a raposa queria, e nem o prazer de sonhar apenas de noite permitiria-se a ter, porque lá é onde a normalidade grita na paisagem oblíqua demais para sua forma.      Mas, como há de ser esperado, ela já tentou subir a colina, tentou alcançar as vozes que subiam de cima que estragavam todo romance que incluía ela, porque nem se quer tinha coragem de i...

Clichês Rotineiros

    "Tudo que sei é que nada sei" segundo a um grego que muito pouco sabemos do que ele foi saber ao ponto de escrever. Por mais clichê que seja essa frase, ela reverbera bastante quanto mais desejo saber, como boa parte das frases clichês em geral, o que elas tem de repetição é o que elas tem de significação para justificarem serem clichês e não esquecidas.

    Quando eu fui engatinhar em criar o hábito de ler, a ânsia de querer ler logo, para terminar de ler algo logo se destacava pra cacete em retrospectiva. Começar algum hábito sempre é eufórico e consequentemente temporário, que foi algo difícil pra mim entender, ou talvez ainda nem entenda bem assim, aprender não é por acaso gradual.

    Não quer ler tenha se tornado algo ruim, mas não vem mais com a gama de dopamina de saber mais, eventualmente você se acostuma sabe? Vira rotineiro, não é nada mais exótico e não tem muito que se faça para não ser assim mais, e não que seja mal, mas depende da perspectiva pra não ser.

    Pegar o olhar de não buscar pelo prazer ou nem necessariamente pela felicidade é de certa forma entediante, mas é bom, aprender a ser clichê é bom. Já que tudo que se acentua se acentua por ser diferente do resto, e se todo o resto busca existir em picos então tudo é um mero pampas, desertificando por sua tentativa de viver ao máximo, virando assim nada.

    Não que seja algo de excelência obviamente, mas é diferente em não querer ser diferente, assim sendo libertador em seu próprio vazio de propósito, vazio que se faz falta quando o balanço vira passado e estabilidade uma doutrina. Não que seja um pensamento niilístico, muito pelo contrário, depressivo é viver no insaciável.

Postagens mais visitadas