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Destaques

Colchão do fundo do poço

          Eu sempre fui dar mais valor - ou pelo menos achar que tem mais valor - por ela ter um olhar negativo, pessimista. Não de que o contrário seja verdade, ou de que ter preferência ao trágico seja trágico por si só. Mas, pelo menos pra mim, acho que é muito mais um apego pra adequar o que se vê ao que se sente, justificado por um "elitismo intelectual"      Nada mais chamativo ao depressivo achar-se absolvido de culpa por uma consequência da sociedade aonde ele nada tem como agir contra, matando qualquer culpa e qualquer sonho a fim de normalizar uma dor.      Uma caricatura do que em essência somos - e sempre seremos - em podridão, podridão essa destinada a ser o fim por cantos de seu nascimento. Muito mais chamativo e de aparência "fora do comum" do que contar sobre ingenuidade, risos e o cotidiano mundano que é visto como simplório.       Então assim que eu vivi por um bom tempo, não acho que não t...

Clichês Rotineiros

    "Tudo que sei é que nada sei" segundo a um grego que muito pouco sabemos do que ele foi saber ao ponto de escrever. Por mais clichê que seja essa frase, ela reverbera bastante quanto mais desejo saber, como boa parte das frases clichês em geral, o que elas tem de repetição é o que elas tem de significação para justificarem serem clichês e não esquecidas.

    Quando eu fui engatinhar em criar o hábito de ler, a ânsia de querer ler logo, para terminar de ler algo logo se destacava pra cacete em retrospectiva. Começar algum hábito sempre é eufórico e consequentemente temporário, que foi algo difícil pra mim entender, ou talvez ainda nem entenda bem assim, aprender não é por acaso gradual.

    Não quer ler tenha se tornado algo ruim, mas não vem mais com a gama de dopamina de saber mais, eventualmente você se acostuma sabe? Vira rotineiro, não é nada mais exótico e não tem muito que se faça para não ser assim mais, e não que seja mal, mas depende da perspectiva pra não ser.

    Pegar o olhar de não buscar pelo prazer ou nem necessariamente pela felicidade é de certa forma entediante, mas é bom, aprender a ser clichê é bom. Já que tudo que se acentua se acentua por ser diferente do resto, e se todo o resto busca existir em picos então tudo é um mero pampas, desertificando por sua tentativa de viver ao máximo, virando assim nada.

    Não que seja algo de excelência obviamente, mas é diferente em não querer ser diferente, assim sendo libertador em seu próprio vazio de propósito, vazio que se faz falta quando o balanço vira passado e estabilidade uma doutrina. Não que seja um pensamento niilístico, muito pelo contrário, depressivo é viver no insaciável.

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