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Destaques

Mini Ensaio sobre originalidade e clichê

       O que ousa ser um texto se não uma captura de emoções e pensamentos moldados e corrompidos pela letra? É bem superficialmente banal falar do que parece ser algo inovador do pensamento pra sempre cair  tão  clichê, mas nem todo clichê nasce do mesmo berço.      Simplicidade também é profunda, e toda repetição tem suas diferenças mesmo sendo cópias, pois apenas são cópias porque desconsideramos até certo ponto suas diferenças para determiná-las como cópias de outras, porque sempre é o desejo que dita as maquinas, não é?       Matar a tentativa por rimar com o antigo é como dizer que a história sempre se reflete. Mata qualquer tentativa de abstração que leva a interação de eu e tu como humanos à morte prematura do mais provável, do "se parece, logo é": respiro como tu logo sou tu, respirei como tu então respirarei como tu.      Demandar o bom do pensamento é afirmar que ele nunca pode ser bom. Eu gosto b...

Crença Secular

     Submissão e Apocalipse podem não cheirar a mesmo objetivo, a mesma crítica, as mesmas ideias e mesmas articulações de como apresentam o que querem apresentar, muitas vezes opostas e distintas, mas a conclusão que ambos conseguem se tirar é impressionantemente muito similares.

        Antes de ler Submissão religião sempre era algo de menor importância, não creio logo não ligo e tudo fica em vinho, e também assim se ficava a relevância que religião podia ter no mundo ao meu ver. Não que não tivesse papel, mas um papel que eu não relevasse tanto, talvez não tanto como devia, mas o futuro é digital, não?

    Nunca se esteve tão longe da natureza que acolhe e abandona com total indiferença, como crer em um Deus quando tudo é mais plástico, produto de artifício menos imensuráveis em bíblias e alcorães. Até se parece ainda mais fresco o sangue que nós usamos para matar deus. Mas tem ciência que justifica as angelicalidades das estrelas ao olhar ao céu? quem sou eu para dizer que não, mas também não sou eu para dizer que sim.

    Religião pra mim sempre foi uma forma de desespero, o desespero da existência existir por mera condição de existir. Talvez seja isso que seja mas num olhar menos melancólico, pelas óticas da fé de certa forma. Mas o que difere a fé do desespero? o seu estado de gestação, mas a religião longe é de ser a única nesse cardápio de viver, como por exemplo secularismo.

    Sim, sim, esta palavra mesmo, secularismo, o que difere tanto tal de uma fé como religião? Alguém há de crer para existir, e alguém há de continuar crendo, reinventando suas justificações num plano não estático para justificar a sua existência. Com suas correntes e divergências, relaxações e práxis de ser e se entender: quantas referencias a Deus pelo estado faz o estado parar de ser laico? talvez uma já vá, mas quantidade certa é sempre arbitrário.

    E de certa forma acaba sendo paradoxal essa crença. Um estado do povo, pelo povo, para o povo, aonde o povo sem sombra de duvida em sua maioria religioso, crendo ao mesmo tempo de que o estado se difere do povo por não ter uma crença em especifico. Mas de quem é o estado afinal? dos fracos ou dos mais fortes? de todos ou da maioria? de ideais ou de realidades?

    Ironicamente eu acho que um dos estados da história que mais conseguiram "resolver" esse paradoxo foi a Alemanha Nazista. Uma crença suicidária, xenofóbica, racista e genocida em uma coalizão do mais repugnante ultra-nacionalismo, revanchismo antissemita que se permeou democraticamente em um dos regimes mais liberais - no sentido literal da palavra em qualquer caso de duvida, progressista da história da Alemanha e em seu contexto histórico do mundo.

    Paradoxos podem ser os presságios de sua existência, mas também motivos que fascinam o sonho de um mundo melhor, o impossível que leva ao possível. Tudo indo para pior pode ser uma motivação ou uma depressão e o apocalipse é uma revelação ou o fim, haja ouvidos para um ou o outro. 

        

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