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Destaques

Domo de manhã

    Os pássaros cantam como sempre, mas esse aperto de dedos é único                    Os muros irradiam angularmente o palco. A brisa do momento se contrapõe a corrente dos tempos, pois hoje não é qualquer dia, mas sim,  o dia, aquele dia . Calem-se as mágoas que chegavam em marés, hoje o tempo é espetacular.      O prelúdio é mero estilhaço em sua perversão de tirar a luz da magnifica estadia em Troia que hoje tentamos injuriar, passos acumulam nas calúnias que tentam permear sua cabeça em sentido a desilusão, Mas, amigos de fé, o estado que estamos não tem nenhuma forma de contra mão.      O concreto roubou minha túnica, mas meu machado veio do ventre         Gatilhos se ouvem pelos corredores, mas nenhum deles devemos a miséria. Corta-me o medo que levou a segundas decisões do apocalipse que obtivemos o prazer de conseguir  ouvir. O atrás não existe...

Memorial em eterna construção

     As memórias mais profundamente impactadoras podem ser as mais camufladas dentro do eu que é alguém. Se camuflando em um resto de aborto de momentos que mais infiltram a alma em contradição com o consciente do que se assume estar no passado, contorcendo em ambiguidade sorrateira, aonde apenas o futuro permite que se invada tal castelo de palha.

    A cicatriz esconde o desconforto que a provocou, ou a resolve? Se entende o que a cicatriz significa e influência depois das emoções dela surgirem. Doí mais saber o que o sofrimento fez-se perder do que ele próprio. Não que se de para culpar o olho em meio das lágrimas, seria como culpar a criança por ser infantil por natureza de seu lugar.

    Mas como o adulto perdoa a si, pela infância que provou do veneno, pecado que fez da figura de deus a semelhança dos homens. Gritos não condizem com o momento, o momento é sempre calmo e sereno. Assim, trazendo o nu, cru e amargo pelos ventos que provocam.

    Mas não, nunca vem as lagrimas, as régias que seguram a Torre de Babel em busca do melhor sereno não se destroem. Mas a água salgada esconde o terror que veio a toda luz de fertilidade do arquiteto, todos os risos e abraços, todas as vitórias e sobressaídas das derrotas, elas iluminam o cruel do efeito de ser imperfeito.

    O imperfeito pode ser aceitável, e talvez até deva, mas o imperfeito não cria perdão em seu resultado, o que há de adiantar a trilha de pântanos e sangue, amarguras e soluços. Noites sem soluções que vieram a ser tinta para planos inimagináveis em estado passado. Tudo já se foi, consolidou na memória outorgada no pretérito que se sonha ser perfeito.

    Em fim, o perfeito não é adequado a esse momento de graça de viver, pertence ao túmulo aonde o desespero de fazer finalmente se sucumbe a graça de satisfação de poder ter tido o privilégio de respirar ares.

    E essa memória encarnecida de momentos agora alheios se choca com a direção da torre, não que faça-me chorar é claro, mas seria mais fácil deixar as lágrimas virem e adiar o dia de aceitar que essa contradição existe. Entretanto, infelizmente para o agora e felizmente para o futuro, elas sangram por uma última - ou pelo menos desejo como última vez, como um resto da cicatriz, eterna em sua formação de mim e sempre mutável em sua influência que nada resta a mim se não conforma-me e tirar um sorriso disso. 

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